A primeira travessia aérea do Atlântico Sul – Flight
 

A primeira travessia aérea do Atlântico Sul

A primeira travessia aérea do Atlântico Sul

Há pouco mais de 100 anos, em 30 de março de 1922, os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, atingiram um importante marco na aviação: a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. 

Gago Coutinho e Sacadura Cabral na primeira travessia aérea do Atlântico Sul, em 1922

Gago Coutinho e Sacadura Cabral

 

A dupla tinha um importante objetivo: realizar o primeiro voo de Portugal até o Brasil, repetindo, agora pelo ar, a mesma viagem feita por Pedro Álvares Cabral séculos atrás.

A ideia de atravessar o oceano teve como objetivo fazer parte das comemorações pelo primeiro centenário de Independência do Brasil, de 07 de setembro de 1822. O projeto teve início ainda em 1919, durante uma visita do Presidente do Brasil a Portugal.

Em 1920, Sacadura Cabral estudava os tipos de aeronaves ideais para a empreitada, optando pelo fabricante inglês Fairey, criador do modelo F III-D. 

O Avião utilizado para a primeira Travessia do Atlântico Sul

O hidroavião foi construído especialmente para esta ocasião e Sacadura Cabral acompanhou de perto suas etapas de modificações e ajustes, como:

  1. aumento das envergaduras das asas;
  2. depósitos suplementares de combustível nos flutuadores principais.
  3. As alterações foram concluídas ao final de 1921.

A Travessia

A audaciosa viagem ocorreu entre 30 de março e 17 de junho de 1922. Ao todo, foram 62 horas e 26 minutos de voo e 8.300 quilômetros percorridos. Partindo do Rio Tejo, em Lisboa, a aeronave chamada Lusitânia fez diversas escalas:

  • Las Palmas;
  • Gando;
  • São Vicente;
  • São Tiago;
  • Penedos de São Pedro e São Paulo;
  • Fernando de Noronha;
  • Recife;
  • Salvador;
  • Porto Seguro;
  • Vitória;
  • E, por último, o Rio de Janeiro, que na época era a capital do Brasil.

A travessia aérea do Atlântico Sul representou um importante marco para a aviação, já que na época viajar longas distâncias aéreas era inviável devido à dificuldade de manutenção do rumo. 

Para viabilizar o projeto, além de modificações no hidroavião supervisionadas por Sacadura Cabral, foram elaborados mapas mais precisos e aperfeiçoado o sextante náutico por Gago Coutinho. Ambos desenvolveram juntos um equipamento chamado “Corretor de Rumos”, que permitia calcular o caminho com precisão.

Homenagem às margens do Rio Tejo, em Lisboa

Como homenagem aos responsáveis por essa importante conquista na história da aviação, foi erguido um monumento ao lado do Rio Tejo, em Lisboa, ponto de partida da primeira travessia do Atlântico Sul.

O monumento é uma réplica do modelo utilizado por Casadura Cabral e Gago Coutinho e pode ser visitado.

 

Monumento ao lado do Rio Tejo, em Lisboa, ponto de partida da primeira travessia do Atlântico Sul.

 


 

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