05 set Construção de heliponto: do projeto a implantação

A construção de heliponto vai muito além da sinalização de uma área de pouso. A Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) conta com uma série de diretrizes para a construção dos helipontos que devem ser observadas por engenheiros, arquitetos e profissionais responsáveis pela obra.

Para saber como funciona a construção de helipontos e quais são os aspectos essenciais para sua regularização, não deixe de conferir!

Projeto de construção de heliponto

A primeira fase da construção de heliponto envolve, naturalmente, o projeto. Além do desenho técnico, é necessário constar o memorial descritivo, sinalizações, dimensões e o Plano Básico de Zoneamento. O projeto deve ser elaborado e assinado por um engenheiro capacitado, acompanhado da respectiva ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

Durante a elaboração do projeto, alguns fatores devem ser levados em consideração, tendo em vista as regras da ANAC e os aspectos de segurança.

Área de toque e área de pouso e decolagem

Tanto as dimensões quanto a forma das áreas de toque e de pouso e decolagem devem observar os critérios da ANAC. A área de toque deve estar no centro da área de pouso e precisa seguir o seu formato. Assim, a área de pouso quadrada ou retangular deve ter uma área de toque quadrada. Já a área de pouso circular deve ter uma área de toque também circular.

Com relação às dimensões, essas são determinadas de acordo com as aeronaves que irão operar no local. Porém, a ANAC estabelece que a área de toque tenha pelo menos 12 metros de comprimento.

Além das dimensões, a questão da resistência da área de pouso também deve ser calculada. Afinal, todo pouso gera um impacto na superfície. Portanto, é essencial que área de pouso seja resistente aos impactos evitando qualquer tipo de acidente e a escolha da estrutura do heliponto também considere os tipos de aeronave que irão pousar no local.

[Conheça quais são os diferentes tipos de estruturas de heliponto]

No projeto é necessário prever a pavimentação da área, minimizando os impactos das rajadas de ar produzidas pelos rotores dos helicópteros. A drenagem de água também é um aspecto importante, já que pousos em dias de chuva apresentam diferentes riscos. 

Zonas de proteção

Todo heliponto conta com uma área de entorno que possui características específicas. Relevo, altitude, adensamento populacional, interesse imobiliário, entre outros são fatores que podem interferir na segurança e nas operações de um heliponto. Justamente por isso, o projeto deve contemplar um Plano Básico de Zona de Proteção de Helipontos (PBZPH), que estabelece quais são as restrições e orientações para que as operações da área ocorram em total segurança.

Balizamento luminoso e indicadores de vento

Todo heliponto deve contar com luzes indicadoras que auxiliam o pouso em situações de baixa visibilidade ou durante a noite. A ANAC tem diretrizes bastante específicas no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC nº 155), de 16 de maio de 2018 para o balizamento luminoso e determina tanto as cores quanto o tipo de iluminação que deve ser utilizada.

Também é importante que o heliponto tenha indicadores de vento (birutas).

Sinalização

Dependendo do tipo e da finalidade do heliponto, a sinalização na área de pouso deverá ser específica, conforme orientação da ANAC. A sinalização nada mais é do que a letra indicadora do tipo de heliponto e poderá ser: Público (H), Privado (P), Militar (M), Hospitalar (+), Emergência (números). Essa letra ficará localizada no centro da área de toque, dentro de um triângulo equilátero, com o vértice pintado apontando para o Norte Magnético (localizado na parte de cima do símbolo independentemente do tipo de heliponto).

Além do sinal de identificação, os helipontos deverão apresentar um indicador do máximo de toneladas correspondente à resistência do piso. Esse número ficará posicionado à direita do vértice pintado do triângulo e com a mesma orientação da letra que sinaliza o tipo de heliponto. As frações de tonelada devem ser arredondadas para o número inferior mais próximo.

As sinalizações horizontais correspondem à pintura do indicador de localidade do heliponto, conforme padrão definido pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI). A altura da letra estabelecida é 0,90 m, com espaçamento de 30 cm.

A cor da pintura recomendada deve ser branca ou amarela, dando preferência aos tons fosforescentes. Para garantir um contraste maior, os contornos das marcações poderão ser pintados de preto.

Os helipontos de hospitais (+), utilizam a mesma forma de marcação prevista para os demais helipontos, porém, o triângulo deve ser substituído por uma cruz pintada na cor vermelho fosforescente. A letra H sempre será utilizada neste tipo de heliponto, independente que sejam públicos, privados ou militares.

Segurança e proteção contra incêndio

A presença de extintores de incêndio, veste de aproximação e abrigo são itens de segurança que devem ser armazenados próximos ao heliponto, junto com o material de arrombamento.

Vale destacar que, no caso de helipontos isolados as normas de segurança contra incêndio podem variar conforme a localização. Helipontos localizados no alto de edifícios, por exemplo, contam com regras diferentes daqueles localizados no solo. Helipontos localizados em aeroportos podem utilizar a estrutura do próprio aeroporto, desde que atendidas as exigências da ANAC.

Em termos de segurança, alguns helipontos também devem contar com grades de proteção visando afastar aves ou pessoas estranhas à operação.

Aprovação do projeto e implantação

Depois da elaborar o projeto e compilar toda a documentação necessária, é preciso entrar com um processo junto à ANAC e os órgãos regionais do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Caso o proprietário do heliponto seja uma pessoa jurídica, além dos documentos do projeto, é necessário anexar também os documentos da empresa.

Em média o processo junto aos órgãos dura cerca de 120 dias e, caso haja a aprovação, a construção pode ser iniciada.

A construção de um heliponto é um processo complexo e detalhado, por isso, é essencial contar com profissionais capacitados para conduzir a obra, desde o projeto até a operação.

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