Como proceder em casos de emergências médicas a bordo? – Flight
 

Como proceder em casos de emergências médicas a bordo?

Como proceder em casos de emergências médicas a bordo?

Embora pareça uma situação inusitada, emergências médicas durante o voo são mais comuns do que se pensa. Entenda a seguir o que pode ser caracterizado como emergência e quais medidas adotar em situações como essa.

 

O que é considerada uma emergência a bordo?

De acordo com o relatório do Conselho Regional de Medicina do Paraná, emergências a bordo costumam ocorrer uma vez em cada 640 voos. Entre os problemas mais frequentes estão:

  • Alterações na pressão: no momento da decolagem, a redução na pressão do ar dentro da cabine resulta na expansão de gases, que podem se expandir mais de 25% em relação ao nível do mar. Durante a operação de pouso, o volume desses gases diminui, o que pode gerar desconforto em algumas áreas do corpo.
  • Trombose venosa profunda: ocorre a partir da formação de um coágulo sanguíneo na área inferior da perna. O quadro se agrava caso o coágulo “se divida” e atinja os pulmões. Um dos fatores de risco é a imobilidade, que pode ocorrer não apenas em viagens de avião, como durante longas viagens de carro ou ônibus. Outros fatores que também podem aumentar as chances de trombose são predisposições genéticas, procedimentos cirúrgicos recentes, varizes, obesidade, tabagismo, uso de anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal e colesterol elevado.
  • Problemas digestivos: durante o voo, o corpo fica a maior parte do tempo com pouca mobilidade, o que torna o processo digestivo mais lento, podendo causar gases e enjoos.  

Esses são os problemas que ocorrem com maior incidência, mas não podemos deixar de citar ocorrências menos comuns como problemas cardiovasculares, cardiorrespiratórios e até trabalhos de parto.

 

Principais procedimentos adotados para emergências a bordo

A primeira conduta a ser tomada, caso alguém passe mal durante o voo, parte dos comissários de voo, que devem se certificar sobre a presença de um médico a bordo. Se houver, o profissional é obrigado a prestar socorro de emergência, pois omissão de socorro é crime (o mesmo vale para outros profissionais de saúde na ausência de um médico, como enfermeiros ou fisioterapeutas).

Na sequência, o paciente deverá imediatamente ser locomovido ao galley, área do avião destinada às tarefas dos comissários e onde há espaço suficiente para realização dos procedimentos médicos necessários.

Existem kits específicos no avião para situações de emergências, com remédios e também equipamentos médicos para procedimentos mais invasivos e urgentes, como a intubação.

Caso não haja entre os passageiros nenhum médico ou outro profissional da saúde, os próprios comissários de voo, que recebem treinamentos para esse tipo de ocorrência, deverão realizar os procedimentos de emergência. Em voos mais longos também existem companhias aéreas que contam com suporte remoto de médicos especializados em medicina aeroespacial, oferecendo à tripulação orientações sobre procedimentos nesses casos.  

 

O que fazer em caso de óbito durante o voo?

Caso o passageiro venha a óbito, o comandante poderá decidir fazer um pouso de emergência ou seguir viagem até o final. Isso porque nem sempre é possível pousar fora do destino planejado, o que pode representar riscos de segurança para os passageiros e para a tripulação, caso o aeroporto em questão não conte com a estrutura adequada.

Seja qual for o caso, uma equipe do aeroporto já deverá estar posicionada para receber o corpo e tomar as providências necessárias. A aeronave também deverá ficar à disposição para fins de perícia.

As companhias aéreas devem estabelecer como meta o transporte confiável e seguro aos seus passageiros. O que significa, dentro das condições possíveis, estarem preparadas para situações de emergência, oferecendo os primeiros socorros essenciais para a preservação da vida.

 


 

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