24 out A aviação brasileira e Santos Dumont

Conhecido como “pai da aviação”, Alberto Santos Dumont na verdade foi apenas mais um dos que se apaixonaram pela ideia de voar ao longo da história. No entanto, suas invenções deixaram um legado importantíssimo, não só para a aviação, como também para a indústria automotiva e agrícola. Saiba mais sobre a fascinante trajetória desse brasileiro que inventou o 14 Bis!

Dumont ficou famoso por suas contribuições para a aviação. Desde pequeno, o mineiro tinha um interesse especial pela mecânica. Nascido em 20.07.1873, ele começou cedo a pilotar o trem da fazenda do seu pai e não demorou muito para que passasse a se dedicar à questão que mais lhe intrigou durante toda a vida: como funciona o mecanismo por trás do voar?

Aos 18 anos, Dumont foi estudar em Paris, onde criou interesse pelos voos de balão. E foi através dele, que Santos Dumont desenvolveu diversos protótipos até chegar aos primeiros aviões.

Um balão e um motor

Foi em Paris que Dumont realizou seus primeiros experimentos com balões. Seu primeiro voo livre foi realizado em 1898 e logo depois disso ele já adquiriu um pequeno balão de 113 m³. Esse primeiro balão, chamado de Brasil, foi o experimento pioneiro de Dumont. Mas, embora ele chegasse a voar, não havia nenhum sistema que garantisse a trajetória ou o seu pouso.

A ambição de Santos Dumont não era apenas chegar até o céu. O inquieto cientista queria voar como um pássaro, tendo controle total do caminho! E foi com essa ideia, que Dumont projetou o Dirigível n.º 1, o primeiro balão de hidrogênio acoplado à um motor à explosão, algo impensável na época. Porém, ainda que mais potente, o balão continuava sem ser controlado.

A história de Santos Dumont não é apenas cheia de invenções, como também de acidentes. Documentos contam que o inventor teve muita sorte e chegou a escapar da morte algumas vezes!  

O homem que podia voar

Foi com o Dirigível n.º 5 que Dumont fez seu primeiro voo controlado, circundando a Torre Eifel em Paris. O voo, que aconteceu em julho de 1901, garantiu ao inventor o reconhecimento por ser o primeiro homem que podia voar! E a partir desse acontecimento, o objetivo de Dumont deixou de ser voar, para então alcançar voos mais longos. Com o Dirigível n.º 6 Dumont tentou atravessar o Mediterrâneo, porém, sem sucesso.

Nos 10 anos seguintes à invenção do Dirigível n.º 6, Dumont construiu cerca de 20 balões e aeroplanos, sempre tentando aprimorar seus modelos. Suas atividades eram realizadas com o próprio dinheiro e o dinheiro que recebia através dos inúmeros prêmios que conquistou.

O 14 bis

Foi em 23.10.1906, no Campo de Bagatelle, que Santos Dumont realizou o primeiro voo em um projeto que era mais pesado do que o ar. Nascia assim o avião. O famoso 14 bis tinha fuselagem e asas biplanas, que lembravam bastante as pipas.

Antes de conseguir levantar o avião do chão, no entanto, existiram diversas tentativas frustradas, mas que levaram, por exemplo, à invenção do primeiro simulador de voo. Foi no 14 Bis que Santos Dumont projetou um sistema de cabos e roldanas em um plano inclinado, que oferecia dirigibilidade ao avião.

Depois do 14 bis, Santos Dumont não parou. O denominado Projeto n.º 18 foi o precursor do hidroavião. E o modelo chamado de Libellulle, que depois foi chamado de Demoiselle, foi o início do que depois viria a ser o ultraleve.

Dumont e a guerra

Dumont nunca aceitou que sua invenção tenha virado uma das principais armas durante a Guerra entre 1914-1918. Para ele, o avião deveria ser usado para unir pessoas, lazer e transporte.

Santos Dumont faleceu em 23.07.1932 no Guarujá. Além dos aviões, o inventor ficou famoso por criar um sistema de aquecimento para o chuveiro e uma escada onde só se pode subir com o pé direito.

Os aviões inventados por Dumont deram origem a modelos muito utilizados até hoje, principalmente na indústria agrícola.

Suas invenções são de livre patente e consideradas como patrimônio da humanidade. Além da aviação, os mecanismos criados por Dummont foram muito importantes para a indústria automotiva e agrícola.

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